A fertilidade humana é profundamente influenciada por mecanismos biológicos internos, e Tosyn Lopes aponta que o ritmo circadiano, nosso “relógio biológico”, desempenha papel essencial na regulação hormonal e reprodutiva. No entanto, a exposição excessiva à luz artificial, especialmente durante a noite, tem alterado esse ritmo natural, comprometendo a ovulação, a produção de espermatozoides e a receptividade endometrial.
Com a urbanização e o uso constante de telas, a interferência na produção de melatonina, hormônio que regula o sono e modula o eixo hormonal reprodutivo, tornou-se uma preocupação crescente. Esse desequilíbrio pode ser sutil, mas cumulativo, afetando diretamente a fertilidade de homens e mulheres, inclusive em tratamentos de reprodução assistida.
Como o ritmo circadiano regula a função reprodutiva
O sistema endócrino funciona em estreita sincronia com o ciclo claro-escuro do ambiente. A hipófise, que regula hormônios como LH, FSH e prolactina, responde a estímulos luminosos captados pela retina e processados pelo núcleo supraquiasmático do cérebro. É a partir desse eixo que se mantém a regularidade dos ciclos menstruais, a liberação dos óvulos e a maturação espermática.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun frisa que a melatonina, produzida principalmente à noite, desempenha função antioxidante nos ovários e testículos, protegendo os gametas e auxiliando no controle do estresse oxidativo celular. A supressão desse hormônio pela luz artificial reduz sua atuação benéfica, além de desorganizar a temporização hormonal essencial à fertilidade.

Efeitos da luz noturna na fertilidade feminina
Diversos estudos apontam que mulheres com exposição prolongada à luz artificial, especialmente de telas eletrônicas, podem apresentar alterações no ciclo menstrual, anovulação e disfunções da fase lútea. Essa desregulação afeta diretamente a qualidade ovulatória e a preparação do endométrio para a implantação embrionária.
Tosyn Lopes comenta que profissionais da saúde reprodutiva estão cada vez mais atentos ao impacto do sono e da luz ambiental sobre os resultados de fertilização in vitro (FIV). Pacientes com hábitos noturnos desorganizados tendem a apresentar maior resistência endometrial e menor taxa de implantação, mesmo em ciclos com embriões de boa qualidade.
Consequências da disfunção circadiana na fertilidade masculina
Homens também são afetados pela desregulação do ritmo biológico. A produção de testosterona e a espermatogênese seguem padrões diários, que podem ser comprometidos pela privação de sono ou exposição intensa à luz durante a noite. Há evidências de queda na concentração e motilidade espermática associadas a trabalhadores em turnos noturnos ou usuários frequentes de dispositivos eletrônicos à noite.
De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, manter uma rotina de sono consistente e reduzir estímulos luminosos após o anoitecer pode favorecer o equilíbrio hormonal masculino e melhorar parâmetros seminais importantes. A higiene do sono se torna, assim, uma aliada não apenas da saúde geral, mas da fertilidade.
A influência do ambiente noturno nos tratamentos de reprodução assistida
Casais em tratamento reprodutivo devem estar atentos ao estilo de vida e ao ambiente ao qual estão expostos. A luz azul emitida por celulares, computadores e televisores inibe a produção de melatonina de forma significativa, mesmo com uso moderado. Essa alteração pode comprometer a resposta ao preparo endometrial e influenciar negativamente o ambiente uterino.
Tosyn Lopes analisa que, por isso, clínicas de fertilidade têm orientado pacientes a adotar medidas simples, como o uso de filtros de luz azul, redução do tempo de tela após as 20h e preferência por ambientes escurecidos durante o repouso. Essas pequenas ações, somadas a um planejamento clínico adequado, contribuem para otimizar as taxas de sucesso.
Sono, luz e fertilidade: um triângulo decisivo para a concepção
A relação entre o sono de qualidade, a exposição luminosa e a função reprodutiva é cada vez mais reconhecida pela medicina. O ritmo circadiano afeta diretamente os hormônios reprodutivos, a produção de gametas e a receptividade uterina, tornando-se um ponto crítico para quem busca engravidar, naturalmente ou por meio de técnicas assistidas.
Oluwatosin Tolulope Ajidahun ressalta que ajustar hábitos cotidianos pode ser tão relevante quanto intervenções clínicas mais complexas. Proteger o ciclo circadiano natural, respeitar os horários de repouso e reduzir a exposição à luz artificial são atitudes simples que, a longo prazo, podem fazer toda a diferença na jornada da fertilidade.
Autor: Artem Vasiliev
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