Quadrinhos

‘Arreda’: coletivo negro de BH cria revista em quadrinho sobre a capital mineira

Praça 7, Rua Sapucaí, Juramento 202 e Edifício Maletta são alguns dos cenários escolhidos para retratar a vivência belorizontina na revista em quadrinho “Arreda”, criada pelo coletivo negro Copo Sujo. A ideia de publicar as histórias surgiu junto com a criação do grupo, em fevereiro deste ano.

O artista visual e designer João, de 30 anos, é um dos fundadores e criador de uma das histórias da revista. Em conversa com o g1 Minas, ele contou um pouco sobre a história do coletivo e a motivação que uniu alguns artistas negros de Belo Horizonte a criar o “Copo Sujo” e posteriormente a “Arreda”.

“A proposta do coletivo é a gente se inserir no cenário de quadrinhos que é majoritariamente branco, e a gente precisava do coletivo para reunir pessoas com os mesmos interesses. Além disso, pretendemos no futuro criar uma comunidade, agregando cada vez mais pessoas. O objetivo é apresentar também o nosso olhar sobre a cidade, o que temos para dar pra cidade e o que ela retorna pra gente”, contou.
O grupo nasceu a partir de uma conversa despretensiosa de João e uma amiga nas redes sociais. Após compartilharem o interesse mútuo em criar um coletivo de artistas negros na cidade, o encontro foi formalizado no Tim Bilhares, no Centro de Belo Horizonte, bar tradicional da capital.

Nesse encontro, foi concretizado a criação da “Arreda”, coletânea que reúne 13 histórias sobre a vida urbana em BH, com 13 ilustradores diferentes. A histórias são baseadas nas percepções de cada criador, no qual apresentam todos os personagens negros e algumas narrativas conversam entre si. O estilo dos quadrinhos destaca a diversidade cultural e artística dos artistas envolvidos no projeto.

Apesar da representatividade ser um dos pilares do grupo, João afirma que o coletivo quer fugir dos estereótipos atribuídos a pessoas negras, e quer apresentar histórias comuns, engraçadas e cotidianas.

“Não queremos falar apenas sobre as dores da negritude, queremos falar sobre a gente, sobre as nossas vivências cotidianas, como a gente vive a cidade e como a gente vive da cidade”, disse.

Em conversa, ele afirma que a intenção é divulgar a revista em âmbito nacional e seguir com uma segunda edição, além de outros projetos a serem lançados pelo “Copo Sujo”.

O coletivo está lançando a revista de forma independente e utilizando recursos próprios, quem tiver interesse em ajudar pode acessar o Instagram do grupo. A previsão de divulgação é no mês de maio.

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