Quadrinhos

No Dia Nacional dos Quadrinhos, conheça moradores do Alto Tietê apaixonados pelos HQs

Angelo Agostini publicou no Brasil, há 154 anos, a primeira história em quadrinho. O autor e desenhista italiano fazia cartoons e charges como crítica ao império da época. De lá para cá as histórias em quadrinhos ganharam espaço e fãs. Alguns moradores do Alto Tietê são fanáticos por gibis.

“Quando meu pai foi morar em Santa Isabel, eu tinha um tio que tinha uma doceria e lá vendia quadrinhos. Aos domingos, quando não tinha aula, eu ia para lá, pegava as revistas e começa a ler e por aí começou a paixão”, conta Francisco José Mineiro Junior, militar e professor de história.

Um amor tão grande que pode ser traduzido em uma coleção de mais de 4 mil exemplares. Histórias em quadrinhos dos quatro cantos do país, como “A pedra que rolou da montanha”, do Rio Grande do Sul.

“Houve um ‘bum’ nos anos 80 e 90 de grandes autores brasileiros como Laerte Coutinho, Mauricio de Sousa e Ziraldo, que até hoje publicam suas obras. Às vezes por conta dessas pessoas ocuparem um espaço editorial é mais difícil para os novos se colocarem nesse mercado”, avalia o professor.

Santa Isabel mantém forte ligação com a história dos quadrinhos nacionais. A gibiteca foi batizada com o nome bem conhecido e dono de personagens que atravessam gerações.

“A gibiteca foi inaugurada em 2007 com o nome de Mauricio de Sousa, porque ele é um dos nossos filhos ilustres da cidade. Ele nasceu em Santa Isabel e esse espaço foi construído para abrigar os gibis dele”, explica Émerson Bicudo , representante do Centro de Memórias Chico Fotógrafo.

Ao longo dos seus 16 anos a gibiteca já recebeu vários visitantes. Em 2022 foram mais de 2,6 mil pessoas se encantando com os gibis, entre elas, Mauricio de Sousa que deixou alguns exemplares ainda mais especiais. A edição de cada um dos personagens da Turma da Mônica ganhou autógrafos do cartunista, que agora podem ser vistos como um troféu, apesar de terem sido emolduros como uma obra de arte.

Apesar dos avanços tecnológicos, as histórias devem seguir sendo escritas, contadas, desenhadas e coloridas ao longo dos anos.

“Eu acho que ,assim como o livro, o gibi vai ter uma vida longa, porque é um ato de abrir a revistinha e folhear. Tudo isso está no imaginário da leitura” diz Émerson Bicudo.
“Quando surgiu o cinema, muita gente profetizou que era o fim do livro, que as pessoas iam querer ver tudo na tela, a mesma coisa acontece com o rádio, com a televisão e continua acontecendo com a internet”, comenta Francisco José Mineiro Júnior.

A Gibiteca Mauricio de Sousa, em Santa Isabel, está localizada na rua Nove de Julho, 148 – Centro. E fica aberta para visitação das 9h às 12h e das 13h às 16h de segunda a sexta-feira.

Periferia em HQ
O diretor de negócios e tecnologia Anderson Meneses faz parte de uma agência que criou um gibi contando histórias de mullheres periféricas que jogam futebol de várzea “A gente queria contar uma história sobre as ‘minas’ no futebol e descobrimos que na Zona Sul de São Paulo tinha comunidades de jogadoras. Conversamos com a correspondente local de lá e decidimos produzir e contar histórias para outras pessoas em um fomato inivador, que é o HQ”.

O processo para transformar a realidade da periferia em quadrinhos não foi fácil. “A gente foi lá registrar, conversar com as pessoas. A foto da capa é uma jornalista entrevistando uma das jogadoras. Então entrevistamos, fizemos o roteiro, os rascunhos dos desenhos e colorimos a capa. Deu um trabalhão para produzir todo o conteúdo” completou.

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